A anemia ferropriva constitui um grave problema de saúde pública em todo o mundo, com graves conseqüências à saúde humana, principalmente das crianças de seis a 24 meses, por necessitarem de mais ferro para o seu crescimento. Dentre as ações básicas para prevenção da anemia, destacam-se o controle das infecções parasitárias, a educação sanitária associada a medidas de aumento do consumo de ferro, incluindo o incentivo ao aleitamento materno, a fortificação de alimentos e a suplementação medicamentosa.
A utilização de ferro medicamentoso tem a vantagem de produzir rápidas alterações no estado nutricional de ferro e, além disso, pode ser direcionada especificamente aos grupos populacionais com maior risco. Por este fato, no Brasil, usualmente se adota a suplementação profilática para lactentes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A partir de 2005, o Ministério da Saúde adotou o Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF) como estratégia de suplementação profilática de ferro para o controle da anemia no Brasil, preconizando a suplementação semanal com xarope de sulfato ferroso (25mg de ferro) para lactentes entre seis e 18 meses de idade.
Embora existam diferentes esquemas e recomendações de suplementação profilática com sais de ferro na infância, ainda não há consenso sobre a melhor estratégia a ser adotada. Um estudo realizado no município de Viçosa, com 227 crianças anêmicas, entre 6 a 18 meses de idade, mostrou que a dosagem recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (1mg/kg/dia) foi mais efetiva na prevenção da anemia em lactentes, quando comparada à dosagem utilizada pelo Ministério da Saúde (25mg de ferro/semana), sendo assim a dosagem semanal recomendada pelo programa do governo precisa ser reavaliada para aumentar a efetividade na prevenção de anemia das crianças atendidas nos postos de saúde do nosso país.
AZEREDO, Catarina Machado et al. Efetividade superior do esquema diário de suplementação de ferro em lactentes. Rev. Saúde Pública [online]. 2010, vol.44, n.2, pp. 230-239.
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