domingo, 14 de novembro de 2010

E quando não há mais solução?

"Quando a chance de sucesso é pequena, mas a alternativa ao tratamento é a morte, e o paciente deseja ser tratado, o presuposto deve ser em favor do paciente" J. D. Lantos.

Imagina a cabeça de uma pessoa quando descobre que está com uma doença na sua fase terminal e que o tratamento seria ineficaz! O que você faria se fosse com você ou alguém de sua família? Não gosta nem de pensar nisso não é mesmo? Nem eu, mas enfim, é desse assunto que eu falarei hoje.

Neste momento, o que se torna mais importante,  são os cuidados paliativos dos profissionais de saúde, tanto com o paciente, quanto com seus familiares. A visão filosófica dos cuidados paliativos está pautada em princípios fundamentais: VALORIZAR A VIDA E CONSIDERAR A MORTE COMO UM PROCESSO NATURAL. Cada profissional, capacitado para esse fim, decidirá junto com a família qual será a melhor conduta. A comunicação do paciente com o profissional é fundamental dentro dos cuidados. O bom humor, a alegria e a confiança proporcionam a construção das relações terapêuticas incluindo nisso o cuidado emocional que é bem importante nessa hora.
No câncer terminal, por exemplo, os pacientes enfrentam como conseqüências do tratamento, náuseas, vômitos, alterações no paladar, entre outros, que levam a anorexia e caquexia, esses estágios da doença fazem com que os pacientes se sintam mais debilitados, fisicamente e psicologicamente. O momento em que eles percebem mudanças físicas relacionadas a doença, ocorre um forte impacto negativo, porque para eles, isso significa a aproximação da morte, refletindo diretamente na piora da sua qualidade de vida, desviando o objetivo dos profissionais de saúde, que é justamente a melhora da qualidade de vida para que seja alcançada a dignidade da pessoa humana, até sua morte. Parece “frio” eu falar assim, mas é isso mesmo, procuramos oferecer o maior conforto mental e físico para aqueles pacientes terminais, ajudando ele e a família no que for preciso. E o conforto físico está diretamente ligado a questão do ganho de peso.

Existem várias estratégias para se reverter o quadro de perda de peso, a mais importante sem dúvida é a terapia nutricional. O aumento da ingestão calórica, como suplementos orais para suprir as necessidades diárias do paciente, as terapias de nutrição enteral (possuo um outro tópico dentro do site falando disso) e parenteral (quando os pacientes não estão aptos a receber dieta oral), são atitudes que podem ajudar no ganho de peso e consequentemente melhorar a qualidade de vida do doente, oferecendo mais energia, conforto e segurança nos seus últimos momentos de vida! O nutricionista tem um papel fundamental nessa fase, devendo se impor e mostrar sua importancia, para os pacientes, familiares e para os próprios médicos, que as vezes desacreditam da hidratação e da terapia nutricional, alegando que remédios para dor é a única solução para o fim da vida! 



4 comentários:

  1. oie...
    Passei no blog do mano nando e te vi lá...
    estou te seguindo tá...
    bjs da Nega

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  2. Olá, Clarissa!
    Sem dúvidas é um assunto delicado, mas é a pura verdade. Concordo com você e valorizo muito essa profissão!
    Até para responder ao tratamento (medicamentos no caso), o organismo necessita estar mais forte, e nessa fase, o Nutricionista tem papel importantíssimo. Não sou profissional da saúde, apesar de trabalhar na área, mas penso que é preciso pensar e agir como equipe, onde todos fazendo sua parte, quem ganha é o paciente.
    Bela matéria!

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  3. É realmente delicado e requer muita estima e respeito pelos pacientes, pela profissão e pelos familiares.

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  4. Nossa! Agora que o link do meu blog no seu! Quanta honra! Obrigada!

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